Nacional
Previsão de chuva fraca a moderada reduz preocupação no estado do Rio
O Rio de Janeiro tem, na tarde desta quinta-feira (13), previsão de chuvas fracas a moderadas em todas as regiões, e deve diminuir a força dos temporais que castigam o estado há quase uma semana, especialmente as regiões norte e noroeste.
Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Civil do Rio (Sedec-RJ), todas as regiões registram áreas de inundação, deslizamentos, alagamentos ou quedas de árvore. O estado tem 7.788 desalojados e 735 desabrigados.
Desde sábado (8), o Corpo de Bombeiros fez mais de 400 atendimentos relacionados às chuvas, mas, até o momento, não há registro de mortes. De acordo com a Sedec, 13 municípios decretaram situação de emergência: Carmo, São João da Barra, Paraíba do Sul, Santa Maria Madalena, Cachoeiras de Macacu, Cambuci, Natividade, Santo Antônio de Pádua, Aperibé, Itaocara, Bom Jesus do Itabapoana, Laje do Muriaé e São Francisco do Itabapoana.
São João da Barra e Campos
Em São João da Barra, no norte estado, a BR-356 foi interditada após o rompimento de um dique, o que fez com que as águas do Rio Paraíba do Sul invadissem a rodovia, perto do distrito de Barcelos. Segundo o governo estadual, sete pontes ficaram comprometidas e foi necessário maquinário específico para fechar o buraco.
A prefeitura divulgou hoje duas rotas alternativas de acesso ao município: “entrar em Barcelos, seguir por Campo Novo, Venda Nova e Beira do Taí, passando por Pipeiras, Palacete, Vila da Terra e retornando a BR-356 no trevo de Caetá. Outra opção é seguir pela RJ-216, no sentido Baixada Campista até Mussurepe, passar por São Bento, Cazumbá e Sabonete”.
Nesta quinta-feira, foi proibido o tráfego de ônibus, micro-ônibus, carretas, caminhões-betoneiras e veículos de carga nas estradas vicinais do município. A exceção é para veículos pesados que atendem serviços públicos essenciais, transportam combustíveis, gêneros alimentícios e medicamentos e ônibus exclusivamente para transporte público de passageiros.
Em visita ao município, o governador Cláudio Castro anunciou a liberação de R$ 20 milhões para obras de reparo nos locais atingidos pelas chuvas. Castro disse que, desde dezembro, as cidades mais afetadas recebem apoio do Comitê das Chuvas e do Programa Pacto RJ, que prevê a reforma das estradas estaduais. O desassoreamento de rios em 2021, feito pela Secretaria Estadual do Ambiente, recebeu R$ 200 milhões, e mais R$ 50 milhões estão sendo aplicados em contenção de encostas.
O nível do Rio Paraíba do Sul, que tinha atingido 7 metros (m) na noite passada, recuou para 6,95 m na manhã desta quinta-feira. A cota de transbordo na cidade é de 8 m. Com o objetivo de definir as ações que precisam ser adotadas, quatro secretários acompanharam o governador na visita a São João da Barra.
Em Campos, também no norte fluminense, diminuiu o nível do Paraíba do Sul, que estava acima da cota de transbordo e, com isso, diminuíram as preocupações com alagamentos. A BR-356 está com um trecho interditado no distrito de Três Vendas, onde uma manilha que passa por baixo da rodovia rompeu-se com a força do Rio Muriaé. Estão sendo feitos reparos no local, onde foi preciso construir uma barreira para desviar a água do rio.
Região serrana
O município de Teresópolis, na região serrana, permanece em estágio de atenção por causa dos acumulados e da previsão de continuidade de chuva fraca a moderada ao longo do dia.
Em decorrência dos altos índices acumulados para 30 dias e do grande volume de chuva que caiu na cidade até esta madrugada, o Centro de Monitoramento e Comunicação da Defesa Civil Municipal acionou preventivamente as sirenes do Sistema de Alerta e Alarme com a mensagem de mobilização, enquanto as agentes da Defesa Civil percorriam os bairros para avaliar a situação.
Em Petrópolis, também na região serrana, já choveu mais do que o previsto para todo o mês de janeiro. Embora tenha diminuído a intensidade, a chuva ainda causa preocupação por causa do acumulado. A previsão para o mês era 300 milímetros (mm), mas, em 12 dias, choveu 449 mm. A Defesa Civil está em alerta.
Edição: Nádia Franco
Ação Social
No primeiro ano de governo, 24,4 milhões deixam de passar fome
Cozinhas solidárias, programas de transferência de renda, retomada do crescimento e valorização do salário mínimo compõem a lista de ações que contribuem para a redução da fome no país. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
No Brasil, 24,4 milhões de pessoas deixaram a situação de fome em 2023. O número de pessoas que enfrentam a insegurança alimentar e nutricional grave passou de 33,1 milhões em 2022 (15,5% da população) para 8,7 milhões em 2023 (4,1%). Isso representa queda de 11,4 pontos percentuais numa projeção feita a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgada nesta quinta-feira, 25 de abril, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O amplo conjunto de políticas e programas sociais reunidos no Plano Brasil Sem Fome, a retomada do crescimento da economia e a valorização do salário mínimo são alguns fatores que recolocam o país em lugar de destaque da agenda de combate à fome no mundo. Tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome é do presidente Lula” Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome
Na coletiva de imprensa para divulgação do estudo, o ministro Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), avaliou que o avanço é resultado do esforço federal em retomar e reestruturar políticas de redução da fome e da pobreza. “O amplo conjunto de políticas e programas sociais reunidos no Plano Brasil Sem Fome, a retomada do crescimento da economia e a valorização do salário mínimo são alguns fatores que recolocam o país em lugar de destaque da agenda de combate à fome no mundo. Tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome é do presidente Lula”, disse.
Para o ministro, o grande desafio agora é incluir essas 8,7 milhões de pessoas que ainda estão em insegurança alimentar grave em políticas de transferência de renda e de acesso à alimentação. “Vamos fortalecer ainda mais a Busca Ativa”, completou Dias, em referência ao trabalho para identificar e incluir em programas sociais as pessoas que mais precisam.
PESQUISA — As informações divulgadas nesta quinta são referentes ao quarto trimestre do ano passado. Foram obtidas por meio do questionário da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). O ministro lembrou que o governo passado não deu condições ao IBGE para realizar a pesquisa. Por isso, a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan) aplicou o EBIA com metodologia similar à do IBGE em 2022, quando o Brasil enfrentava a pandemia de Covid-19 e um cenário de desmonte de políticas, agravado por inflação de alimentos, desemprego, endividamento e ausência de estratégias de proteção social. Esse estudo chegou ao número de 33,1 milhões de pessoas em segurança alimentar grave na época.
A secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS, Valéria Burity, lembra que mesmo em comparação aos resultados de 2018, último ano em que o IBGE fez o levantamento formal, os números apresentados nesta quinta são positivos. À época havia 4,6% de domicílios em insegurança alimentar grave. Agora são 4,1%, o segundo melhor resultado em toda a série histórica do EBIA.
“Estamos falando de mais de 20 milhões de pessoas que hoje conseguem acesso à alimentação e estão livres da fome. Esses resultados mostram o acerto de uma estratégia de enfrentamento à fome que vem sendo empreendida pelo governo, que é apoiada tanto em programas sociais como na condução de uma política econômica que gera crescimento econômico, reduz desigualdades e gera acesso a emprego e renda”.
Esses resultados mostram o acerto de uma estratégia de enfrentamento à fome que é apoiada tanto em programas sociais como na condução de uma política econômica que gera crescimento econômico, reduz desigualdades e gera acesso a emprego e renda” Valéria Burity, secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS
Valéria também destacou como ponto importante da estratégia de combate à fome a retomada da governança de segurança alimentar pelo Governo Federal, com garantia de participação social. “O presidente Lula e o ministro Wellington foram responsáveis pela retomada do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional, a restituição do Conselho de Segurança Alimentar e da Câmara de Segurança Alimentar, com 24 ministérios que têm a missão de articular políticas dessa área. E, no fim do ano passado, foi realizada a Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional”, relatou.
A secretária nacional de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único do MDS, Letícia Bartholo, ressaltou o retorno da parceria do governo com o IBGE. “Depois do período da fila do osso, em que o Brasil viveu muita miséria e fome, uma das primeiras ações do MDS nessa nova gestão foi buscar o IBGE para retomar a parceria e medir a insegurança alimentar dos brasileiros”, recordou.
SUBINDO – A proporção de domicílios em segurança alimentar atingiu nível máximo em 2013, (77,4%), tempo em que o país deixou o Mapa da Fome, mas caiu em 2017-2018 (63,3%). Em 2023, subiu para 72,4%. “Após a tendência de aumento da segurança alimentar nos anos de 2004, 2009 e 2013, os dados obtidos em 2017-2018 foram marcados pela redução no predomínio de domicílios particulares que tinham acesso à alimentação adequada. Em 2023 aconteceu o contrário, ou seja, houve aumento da proporção de domicílios em segurança alimentar, assim como redução na proporção de todos os graus de insegurança alimentar”, explicou André Martins, analista da pesquisa.
NOVO BOLSA FAMÍLIA — Entre os fatores que contribuíram para o avanço apontado pela pesquisa do IBGE, está o novo Bolsa Família, lançado em março de 2023, que garante uma renda mínima de R$ 600 por domicílio. O programa incluiu em sua cesta o Benefício Primeira Infância, um adicional de R$ 150 por criança de zero a seis anos na composição familiar. O novo modelo, com foco na primeira infância, reduziu a 91,7% a pobreza nesta faixa etária. A nova versão do programa inclui, ainda, um adicional de R$ 50 para gestantes, mães em fase de amamentação e crianças de sete a 18 anos.
BPC – O ministro Wellington Dias também ressaltou a proteção social gerada pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC), que garante um salário mínimo para pessoas aposentadas, pensionistas e com deficiência em situação de vulnerabilidade social. “Vale mencionar que o efeito econômico da Previdência e do BPC foi potencializado pelo esforço administrativo de reduzir as filas de espera para acesso aos benefícios”, disse.
MERENDA – Outra política de combate à pobreza e à fome, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) garante refeições diárias a 40 milhões de estudantes da rede pública em todo o país e foi reajustado em 2023, após cinco anos sem aumento.
PAA – O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) é um dos 80 programas e ações que compõem a estratégia do Plano Brasil Sem Fome. Ele assegura produção e renda aos agricultores familiares, com compra direta dos produtos para serem distribuídos na rede socioassistencial, de saúde, educação e outros equipamentos públicos. Com a participação de 24 ministérios, o Plano cria instrumentos para promover a alimentação saudável contra diversas formas de má nutrição.
ECONOMIA – No cenário macroeconômico, houve um crescimento do PIB de 2,9% e o IPCA calculado para o grupo de alimentos caiu de 11,6% em 2022 para 1,03% em 2023. É a menor taxa desde 2017. O mercado de trabalho ganhou força e a taxa de desemprego caiu de 9,6%, em 2022, para 7,8% no ano seguinte. A massa mensal de rendimento recebido de todos os trabalhadores alcançou R$ 295,6 bilhões, maior valor da série histórica da PNAD-C.
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