Economia

Pnad Contínua do 3º trimestre é a primeira com nova metologia

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A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua) referente ao terceiro trimestre de 2021, com dados sobre o mercado de trabalho para o Brasil e os 27 estados, divulgada hoje (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são as primeiras realizadas com base no novo método de ponderação elaborado pelo órgão, para reduzir a influência de não respostas causadas pela pandemia da covid-19.

Além da calibração das 77 projeções referentes às áreas gepográficas que já faziam parte da Pnad Contínua, foi incluída uma nova camada com informações sobre sexo e grupo etário. Para o IBGE, a reponderação da Pnad Contínua trouxe um “rejuvenecimento” da estrutura etária da Pesquisa.

“A gente precisa saber qual é o comportamento de fecundidade e de sexo e de grupo etário, além de mortalidade, para o país para atualizar as projeções, lembrando que a população brasileira ainda cresce. Todo dia é um pouco maior do que no dia anterior”, explicou a estatística do IBGE, Luna Hidalgo.

Com a mudança metodológica, a partir de 1º de julho de 2021, o IBGE adotou medidas de flexibilização das atividades presenciais de coleta de pesquisa, buscando aumentar substancialmente o percentual de entrevistas realizadas e alterou a forma de coleta de dados da Pesquisa, que antes era totalmente feita de forma presencial, para exclusivamente por telefone. Com isso, se notou uma redução considerável na taxa de aproveitamento da amostra da Pesquisa.

Luna Hidalgo, contou que com a chegada da pandemia no Brasil em março de 2020 o IBGE suspendeu a coleta presencial que passou a ser feita por telefone. Junto veio a dificuldade de acesso aos domicílios, tanto para achar o telefone de contato com ele, como falar com uma pessoa do domicílio. Mas o trabalho continuou com uma série de cinco visitas até que chegou ao total de domicílios acessados.

“Todas as pesquisas têm viés de coleta natural e a gente fica monitorando, exatamente por isso, que o IBGE quando faz coleta presencial vai em outros dias e horários da semana para acessar máximo de domicílios fora do horário habitual de oito às cinco que a gente sabe que é mais difícil de acessar domicílios que tenham gente trabalhando”, afirmou.

Luna Hidalgo acrescentou que após o Censo de 2022 vai ter uma nova projeção populacional que vai rever, muito provavelmente, a projeção dos anos do Censo de 2010. “Então, a pesquisa vai ser reponderada mais uma vez e vai ter a série histórica refeita mais uma vez”, completou.

“É importnte frisar que a calibração por sexo e idade adotada agora permanecerá daqui para frente, ou seja, independentge da nossa taxa de resposta voltar a subir na medida da normalização das atividades e da coleta presencial e atgé mesmo o crescimento e retgorno aos patamares de aproveitamento esse método de calibração por sexo e idade passsa a vigorar a partir de agora”, concluiu a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

Reponderação

Com a aplicação da nova metodologia, entre os dados que foram recalibrados está o da população em idade de trabalhar (PIT), que é a de 14 anos de idade ou mais. Considerando dados até o segundo trimestre de 2021, esta parcela apresentou expansão atípica a partir do trimestre móvel fevereiro/março/abril de 2020. No trimestre junho/julho/agosto de 2021, essa população foi estimada em 177,2 milhões, mas na série reponderada elaborada pelo IBGE, seria de 171,8 milhões de pessoas. “Essa diferença passa a ser maior a partir do trimestre móvel que encerraria em abril. A gente teve a decretação da pandemia em março de 20 e os efeitos na Pnad Contínua começaram a aparecer no trimestre encerrado em abril”, comentou Adriana.

Conforme o IBGE, as diferenças na distribuição da população em idade de trabalhar entre as duas séries se mostraram acentuadas a partir do trimestre móvel junho/julho/agosto de 2020. No mesmo período de 2021, a força de trabalho foi estimada em 103,8 milhões. Já na série reponderada seria de 105,6 milhões de pessoas, ou seja, superior em 1,8 milhão de pessoas.

Força de trabalho

A população fora da força de trabalho também registrou expansão atípica, alcançando 15,6% no trimestre abr/mai/jun de 2020. No período entre o sexto e oitavo mês de 2021, essa população foi estimada em 73,4 milhões. No entanto, na série reponderada, seria de 66,2 milhões de pessoas, portanto, inferior em aproximadamente 7,2 milhões de pessoas.

Em junho/julho/agosto de 2021, a taxa de participação na força de trabalho foi estimada 58,6%; enquanto na série reponderada, seria de 61,5 %.

Conforme o IBGE, a queda na projeção da população fora da força de trabalho “não afetou as estimativas da força de trabalho potencial, indicando que a retração ocorreu fundamentalmente na população fora da força de trabalho não potencial. Logo, os indicadores de subutilização da força de trabalho não foram significativamente alterados”.

Desocupação

De acordo com o IBGE, as duas séries de pessoas desocupadas ficaram bem próximas, mas mostrando maior deslocamento entre os trimestres de junho/julho/agosto de 2020 e abril/maio/junho de 2021. Entre junho e agosto de 2021, a população desocupada foi estimada em 13,7 milhões; enquanto na série reponderada, seria de 13,9 milhões; isto é, superior em 200 mil pessoas.

Ocupação

A série reponderada mostrou estimativas maiores de ocupação, principalmente, a partir dos trimestres móveis de 2021. Em jun/jul/ago de 2021, a população ocupada foi estimada em 90,2 milhões. Já na série reponderada, seriam 91,7 milhões de pessoas, número superior em 1,5 milhão de pessoas.

A pesquisa indicou que a maior diferença foi notada entre junho e agosto de 2020. Era 14,4% na série antiga e 14,8% na reponderada. Em jun/jul/ago de 2021, a taxa de desocupação atingiu 13,2%. Na série reponderada é um pouco abaixo, seria de 13,1%.

Conforme o IBGE, por causa do crescimento atípico da população em idade de trabalhar na série antiga, a diferença fica mais evidente a partir de 2020. Em jun/jul/ago de 2021, o nível da ocupação era de 50,9% e na série reponderada, seria de 53,4%.

Pesquisa

A Pnad Contínua divulgada hoje é a primeira dentro da nova série elaborada pelo IBGE, feita a partir da reponderação das projeções. A mudança na forma de coleta da pesquisa foi necessária durante a pandemia da covid-19. Com as medidas de isolamento social em março de 2020, a coleta começou a ser feita de maneira remota, excepcionalmente por telefone.

“A nova reponderação busca mitigar possíveis vieses de disponibilidade em grupos populacionais, intensificados pela queda da taxa de aproveitamento das entrevistas”, observou Adriana.

De acordo com o IBGE, a Pnad Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. “A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal, integrados à rede de coleta de mais de 500 agências do IBGE”, informou o Instituto.

A coleta de informações da pesquisa por telefone é feita desde 17 de março de 2020. A identidade do entrevistador pode ser confirmada no site Respondendo ao IBGE ou via Central de atendimento (0800 721 8181), conferindo a matrícula, RG ou CPF do entrevistador, dados que podem ser solicitados pelo informante.

Edição: Maria Claudia

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Brasil gera 306 mil novos postos de trabalho em fevereiro e soma saldo de quase meio milhão no bimestre

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Acumulado de vagas formais em janeiro e fevereiro é de 474.614 novos postos. País tem estoque de trabalho formal de 45,99 milhões de empregos

O Brasil registrou, em fevereiro de 2024, uma forte ampliação do mercado formal de trabalho em comparação com janeiro. No segundo mês do ano, foram gerados 306.111 postos com carteira assinada, o que representa 137.608 novos empregos a mais em relação a janeiro, quando foram geradas 168.503 vagas.

O resultado de fevereiro é fruto da diferença entre o total de 2,24 milhões de pessoas admitidas e 1,94 milhão de desligamentos em todo o país. Os dados do Novo Caged foram apresentados nesta quarta-feira, 27 de março, pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, em entrevista coletiva.

Com os números registrados em janeiro e fevereiro, o Brasil acumula quase meio milhão de novas vagas formais de trabalho e chega a um saldo de 474.614 empregos gerados. Em relação ao estoque total de pessoas empregadas do país, o Brasil registrou em fevereiro 45,99 milhões de postos formais, um crescimento de 1,04% em relação a fevereiro do ano passado.

Os indicadores foram positivos em todos os cinco grandes grupamentos de atividades econômicas: serviço, indústria, comércio, agropecuária e construção. Destaque para o setor de Serviços, que respondeu pela criação de 193 mil vagas.. Em seguida aparecem a Indústria (+54,4 mil), a Construção (+35 mil), o Comércio (+19,7 mil) e a Agropecuária (+3,7 mil).

ESTADOS – São Paulo foi liderou o ranking das 24 unidades da Federação cujos saldos de empregos formais gerados foi positivo em fevereiro. O estado registrou 101.163 novos postos com carteira assinada, com destaque para o setor de Serviços, que abriu 67.750 vagas. Minas Gerais, com 35,9 mil, e Paraná, com 33 mil, completam o trio dos estados com maior saldo no mês. Fevereiro foi um mês com queda para os estados da Paraíba (-9), Maranhão (-1,2 mil) e Alagoas (-2,8 mil).

ACUMULADO NO ANO – Quando somados os meses de janeiro e fevereiro de 2024, quatro dos cinco grandes grupos setores da economia registraram saldos positivos. O maior crescimento do emprego formal ocorreu no setor de Serviços, com 268,9 mil novos postos (56,7%), com destaque para atividades de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (121.233) e para as atividades de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (93.533).

A Indústria apresentou saldo de 120 mil postos de trabalho, com destaque para a fabricação de produtos alimentícios (+12,7 mil) e para a fabricação de veículos automotores (+9,9 mil); a Construção gerou 81,7 mil novos postos e a Agropecuária fechou o período com saldo de 25,7 mil. Apesar da recuperação em fevereiro, o setor do Comércio ainda registra queda no período (-21,8 mil).

Nas unidades da Federação, o maior saldo foi registrado em São Paulo, que somou quase 137,5 mil novos postos nos dois primeiros meses do ano. Santa Catarina, com saldo de 52,1 mil, e Paraná (+52 mil) completam a lista dos três estados que mais abriram vagas no bimestre.

SALÁRIOS – O salário médio real de admissão em fevereiro foi de R$ 2.082,79, com uma diminuição de (- 2,4%) em comparação com o valor de janeiro (R$ 2.133,21). Já em comparação com o mesmo mês do ano anterior, o que desconta mudanças decorrentes da sazonalidade do mês, o ganho real foi de R$ 28,29 (+1,4%).

DADOS POPULACIONAIS – No recorte por características populacionais, 159,1 mil postos gerados em fevereiro foram ocupados por pessoas do sexo feminino, enquanto 146,9 mil foram preenchidos por trabalhadores do sexo masculino.

A maior geração ocorreu para jovens entre 18 e 24 anos (+137,4 mil postos), sendo o saldo no mês positivo para pardos, com 230 mil novas vagas; brancos (+172,8 mil); pretos (+44,2 mil); amarelos (+5,4 mil) e indígenas (+2,9 mil).

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