Economia

Petrobras lança edital de R$ 20 milhões para startups

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Estão abertas até o próximo dia 29 de junho as inscrições para o 4º edital do Módulo Startups, do Programa Petrobras Conexões para Inovação, lançado pela empresa. A divulgação das empresas selecionadas na primeira etapa do processo está prevista para julho. O regulamento pode ser encontrado aquiStartups são empresas emergentes de base tecnológica.

O edital tem valor total de R$ 20 milhões e envolve 30 desafios distribuídos em sete áreas tecnológicas: robótica, redução de carbono, tecnologias digitais, armazenamento e geração de energia, corrosão, modelagem geológica e tecnologias de inspeção.

O investimento a ser feito nos projetos depende do nível de complexidade dos desafios. No final da seleção, as empresas vencedoras podem receber valores até R$ 500 mil, para os desafios soft techs, ou até R$ 1,5 milhão para os deep techs.

As soft techs são startups que desenvolvem tecnologias baseadas em software (programa de computador), eventualmente integradas a plataformas de hardware (equipamento) já maduras. Já as deep techs desenvolvem tecnologia intensiva em pesquisa avançada, com longo tempo de maturação, incluindo as baseadas em hardware, software de alto desempenho e novos materiais.

O diretor de Tecnologia Digital e Inovação da Petrobras, Juliano Dantas, destacou que a companhia é uma das principais investidoras em inovação aberta do país, contabilizando cerca de R$ 36 milhões em investimento ao longo de três anos apenas no Módulo Startups do programa Petrobras Conexões para Inovação.

“Ele contribui para o desenvolvimento de tecnologias e serviços inovadores, acelerando a incorporação de inovações na empresa”. Nas edições anteriores do Módulo Startups, foram selecionadas 37 empresas para desenvolvimento de soluções, o que acelerou a incorporação de inovações na companhia, ao mesmo tempo que abriu portas para as ‘startups’ em uma indústria cada vez mais intensiva em Inovação, lembrou Dantas.

Parceria

As empresas selecionadas contam com o apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), parceiro da Petrobras nesse módulo do programa, além da expertise do corpo técnico da companhia para atividades como adequação das propostas selecionadas na primeira etapa e preparação para o pitch day ou apresentação do projeto para a banca final de jurados. Os vencedores da etapa final recebem investimento financeiro, mentoria para os projetos e modelo de negócios. Têm, também, a oportunidade de se tornarem fornecedores da Petrobras, com potencial de escala na indústria nacional e internacional.

O diretor técnico do Sebrae Nacional, Bruno Quick, ressaltou que o objetivo é viabilizar que os pequenos negócios sejam protagonistas na cadeia de petróleo e gás, desenvolvendo tecnologia de ponta e inovação. Segundo Quick, durante a participação no programa, o Sebrae oferece todo o apoio necessário às startups, desde a orientação para a execução físico-financeira dos projetos, em conformidade aos requisitos exigidos, quanto as ações de suporte para o aumento da competitividade e a elaboração de modelos de negócios,

Sucesso

Um dos exemplos de sucesso é a startup CTR3SM, selecionada no edital 2020, que conclui neste mês o projeto Harpia, plataforma robótica composta por uma aeronave remotamente pilotada, dotada de sensores e câmeras, e um software (programa de computador) que une inteligência artificial e visão computacional. A tecnologia pode detectar com precisão o tipo, o grau de corrosão e a necessidade de reparo de uma superfície. O equipamento é semelhante a um drone e será usado para inspeção de áreas industriais extensas e de difícil acesso.

Além da redução de custos e de horas trabalhadas, o recurso evita a exposição de pessoas ao risco. Por conseguir captar imagens inacessíveis aos olhos humanos, tal como ocorre com as aves de rapina, a plataforma foi batizada de Harpia.

Um dos quatro sócios da empresa, André Carvalhais, relatou que buscava financiamento depois que uma proposta de trabalho não vingou, em função da pandemia da covid-19, quando soube do edital da Petrobras. “A gente tinha ideia para inspeção de ativos do setor elétrico e vimos que havia oportunidade ali. Já participamos de outros editais, mas o processo da Petrobras é dos mais transparentes: há um edital público, os critérios são muito bem definidos. A Petrobras tem a maturidade da execução financeira. Você entra sabendo o que vai poder gastar. O nível de exigência é alto, mas você tem todas as condições para execução”, disse Carvalhais.

Programa

Desde seu lançamento, em 2019, o Programa Petrobras Conexões para Inovação cresceu e já abriga seis diferentes módulos: Startups, Parcerias Tecnológicas, Transferência de Tecnologias, Aquisição de Soluções, Ignição e Encomendas Tecnológicas. Em breve, serão incorporadas duas novas iniciativas. A Petrobras tem, atualmente, uma carteira de mais de R$ 3 bilhões contratada, com mais de 150 parceiros tecnológicos, nas diversas modalidades de contratação e acordos de cooperação.

O Módulo Startups do programa surgiu do interesse da Petrobras em estreitar o relacionamento com o ecossistema de inovação, especificamente com ‘startups’ e pequenas empresas de base tecnológica.

O investimento objetiva atender demandas internas mapeadas pela companhia e o desenvolvimento ágil de soluções com possibilidade de implantação na indústria de óleo e gás. De acordo com a companhia, os resultados já são visíveis. Por meio do programa, a empresa aporta recursos nas melhores ‘startups’ que se interessem em cooperar para resolvê-los, o que, de um lado, incentiva a pesquisa e inovação e, de outro, gera demanda.

Edição: Maria Claudia

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Brasil gera 306 mil novos postos de trabalho em fevereiro e soma saldo de quase meio milhão no bimestre

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Acumulado de vagas formais em janeiro e fevereiro é de 474.614 novos postos. País tem estoque de trabalho formal de 45,99 milhões de empregos

O Brasil registrou, em fevereiro de 2024, uma forte ampliação do mercado formal de trabalho em comparação com janeiro. No segundo mês do ano, foram gerados 306.111 postos com carteira assinada, o que representa 137.608 novos empregos a mais em relação a janeiro, quando foram geradas 168.503 vagas.

O resultado de fevereiro é fruto da diferença entre o total de 2,24 milhões de pessoas admitidas e 1,94 milhão de desligamentos em todo o país. Os dados do Novo Caged foram apresentados nesta quarta-feira, 27 de março, pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, em entrevista coletiva.

Com os números registrados em janeiro e fevereiro, o Brasil acumula quase meio milhão de novas vagas formais de trabalho e chega a um saldo de 474.614 empregos gerados. Em relação ao estoque total de pessoas empregadas do país, o Brasil registrou em fevereiro 45,99 milhões de postos formais, um crescimento de 1,04% em relação a fevereiro do ano passado.

Os indicadores foram positivos em todos os cinco grandes grupamentos de atividades econômicas: serviço, indústria, comércio, agropecuária e construção. Destaque para o setor de Serviços, que respondeu pela criação de 193 mil vagas.. Em seguida aparecem a Indústria (+54,4 mil), a Construção (+35 mil), o Comércio (+19,7 mil) e a Agropecuária (+3,7 mil).

ESTADOS – São Paulo foi liderou o ranking das 24 unidades da Federação cujos saldos de empregos formais gerados foi positivo em fevereiro. O estado registrou 101.163 novos postos com carteira assinada, com destaque para o setor de Serviços, que abriu 67.750 vagas. Minas Gerais, com 35,9 mil, e Paraná, com 33 mil, completam o trio dos estados com maior saldo no mês. Fevereiro foi um mês com queda para os estados da Paraíba (-9), Maranhão (-1,2 mil) e Alagoas (-2,8 mil).

ACUMULADO NO ANO – Quando somados os meses de janeiro e fevereiro de 2024, quatro dos cinco grandes grupos setores da economia registraram saldos positivos. O maior crescimento do emprego formal ocorreu no setor de Serviços, com 268,9 mil novos postos (56,7%), com destaque para atividades de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (121.233) e para as atividades de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (93.533).

A Indústria apresentou saldo de 120 mil postos de trabalho, com destaque para a fabricação de produtos alimentícios (+12,7 mil) e para a fabricação de veículos automotores (+9,9 mil); a Construção gerou 81,7 mil novos postos e a Agropecuária fechou o período com saldo de 25,7 mil. Apesar da recuperação em fevereiro, o setor do Comércio ainda registra queda no período (-21,8 mil).

Nas unidades da Federação, o maior saldo foi registrado em São Paulo, que somou quase 137,5 mil novos postos nos dois primeiros meses do ano. Santa Catarina, com saldo de 52,1 mil, e Paraná (+52 mil) completam a lista dos três estados que mais abriram vagas no bimestre.

SALÁRIOS – O salário médio real de admissão em fevereiro foi de R$ 2.082,79, com uma diminuição de (- 2,4%) em comparação com o valor de janeiro (R$ 2.133,21). Já em comparação com o mesmo mês do ano anterior, o que desconta mudanças decorrentes da sazonalidade do mês, o ganho real foi de R$ 28,29 (+1,4%).

DADOS POPULACIONAIS – No recorte por características populacionais, 159,1 mil postos gerados em fevereiro foram ocupados por pessoas do sexo feminino, enquanto 146,9 mil foram preenchidos por trabalhadores do sexo masculino.

A maior geração ocorreu para jovens entre 18 e 24 anos (+137,4 mil postos), sendo o saldo no mês positivo para pardos, com 230 mil novas vagas; brancos (+172,8 mil); pretos (+44,2 mil); amarelos (+5,4 mil) e indígenas (+2,9 mil).

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