Política

Lêda Borges propõe adequação na Constituição Federal sobre direito eleitoral

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Aprovar a apresentação de Proposta de Emenda à Constituição Federal, para o fim de alterar os seus arts.17 e 22, bem como acrescer ao seu Ato das Disposições Constitucionais Transitórias o art. 119, com o objetivo de transferir a competência para legislar sobre Direito Eleitoral às Assembleias Legislativas Estaduais. Essa é uma postulação da deputada Lêda Borges (PSDB), formalizada através do projeto de lei nº 1938/22, em tramitação na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego).

“A competência para legislar sobre Direito Eleitoral é uma competência chave para ser transferida para os Estados, tendo em vista que abrange diversos assuntos da reforma política que estão sufocando a pauta do Congresso há décadas. Além de valorizar as Assembleias Legislativas e possibilitar soluções adequadas sobre o assunto em todo o território nacional, desafogaremos parcela significativa da pauta do Congresso”, coloca Lêda Borges, em justificativa da sua iniciativa parlamentar.

E acrescenta: “Todos que já trabalharam com política partidária sabem do tamanho do transtorno que é gerado em razão da obrigatoriedade de que todos os partidos do Brasil possuam caráter nacional. Cada ente federativo possui sua realidade específica, e a obrigatoriedade da vinculação a um partido nacional dificulta a realização de qualquer trabalho político, tomando meses e meses do tempo de nossos políticos, tempo esse que é despendido com burocracias e articulações partidárias em vez de ser destinado à prestação de serviços para a comunidade, que é a finalidade da política”.

Lêda Borges salienta que foi um enorme retrocesso para a história política do Brasil a criação, na década de 1930, da obrigatoriedade de caráter nacional dos partidos políticos. “Até então, havia partidos que não possuíam caráter nacional, e a pretexto de derrubar a chamada ‘política do café-com-Ieite’ (alternância de São Paulo e Minas Gerais no poder), começou-se a defender a nacionalização dos partidos; alegava-se, então, que apenas dois Estados estavam mandando no País em detrimento dos demais”, frisa a deputada.

No entanto, afirma a tucana, para tentar corrigir um problema, criou-se um outro problema muito maior. Em vez de passar-se a exigir partidos de caráter nacional apenas para a disputa de eleições nacionais, cometeu-se o equívoco de exigir a vinculação a um partido de caráter nacional para disputar também as eleições estaduais e municipais. “É evidente que a realidade de um grupo político municipal é absolutamente diversa da realidade de um grupo político de caráter nacional, sendo ambos também completamente distintos de um grupo de caráter estadual.”

Para a deputada, se havia interferência excessiva de Estados na União, passou a ocorrer interferência excessiva da União contra os estados e municípios, tolhendo-se a autonomia federativa de nosso país. “Não se nega, de forma nenhuma, que é positivo que os mandatos legislativos ou executivos, ao contrário dos mandatos judiciários que não tratem de causas coletivas, estejam vinculadas a grupos políticos com uma identidade e um posicionamento consolidados dentro do ente federativo em que o mandato é exercido; no entanto, é extremamente prejudicial que um mandato eletivo municipal obedeça a um grupo político estadual, da mesma forma que é extremamente prejudicial que um mandato eletivo nacional esteja vinculado e subordinado a um grupo político de caráter municipal”.

Infelizmente, segunda a legisladora, considera-se normal tal interferência, pela convivência com ela durante tanto tempo. “Chegou o tempo de se superar esta fase da história política do Brasil, com a extinção da obrigatoriedade de vinculação a um partido nacional para poder concorrer a cargos eletivos estaduais ou municipais.”

Em razão do exposto, Lêda acha que a aprovação desta PEC é uma medida de respeito com os legisladores, com o trabalho e com as bases eleitorais. É uma medida de respeito com a classe política e com o povo, afirma, liberando-a da burocracia que extorque forças que deveriam estar sendo empregadas em favor dos eleitores e da comunidade, os efeitos benéficos aflorarão de forma exuberante, reavivando-se toda a política brasileira.

“As mudanças aqui propostas não são mínimas e visam o amplo debate, tanto das Assembleias Legislativas quanto da Câmara dos Deputados e Senado Federal. Temos certeza que, oriundo deste debate, teremos uma mudança de paradigma que atenderá a demanda dos entes federativos. Considerando os apontamentos elencados, contamos com o apoio das Assembleias Estaduais; da Câmara dos Deputados e do Senado Federal para a aprovação da presente proposta de Emenda à Constituição Federal”, coloca a parlamentar.

Na Comissão de Constituição, Justiça e Redação a propositura está sob relatoria do deputado Wilde Cambão (PSD).

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“Temos que governar com o espírito de JK”, defende Caiado em encontro nacional de lideranças

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Na 2ª edição do Seminário Brasil Hoje, em São Paulo, o governador falou sobre clima de acirramento da política nacional e soluções reais para problemas da população

No debate sobre desafios e oportunidades para os estados, em São Paulo, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek (JK), que comandou o país entre 1956 e 1961 em clima de coalizão. “Foi esse homem que deu conta de fazer todo o desenvolvimento, destacar o Centro-Oeste e o Norte do país”, disse Caiado. A fala foi durante a segunda edição do Seminário Brasil Hoje, realizado nesta segunda-feira (22/04).

O evento reuniu lideranças políticas e do setor privado para debater o cenário econômico atual. “Ninguém governa brigando, nesse clima de acirramento político. O presidente hoje tem que governar com o espírito que JK teve, de poder, se preocupar com matérias relevantes”, disse Caiado. Ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o goiano encerrou o evento, com a mediação do jornalista Willian Waack.

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Caiado relembrou que, à época de JK, o país também vivia grande clima de polarização política, com diversas forças tentando derrubar o presidente. Ao ser resolvida a crise, JK pediu calma e que o deixassem trabalhar pelo país, sem também promover clima de revanchismo contra adversários.

“Essa polarização é deletéria, todo mundo pode contribuir para seu fim”, disse Tarcísio ao concordar com Caiado. Para ele, o Judiciário, Legislativo, a mídia e mais setores da sociedade também devem atuar para descomprimir o debate. “Estamos cada dia mais próximos do limite, a população não aguenta”, alertou Tarcísio. O encontro foi promovido pela organização Esfera Brasil, que se intitula “apartidária e independente”, com transmissão ao vivo via internet.

Sobre desafios da segurança pública nos estados, Caiado ressaltou que “bandido tem que cumprir pena, e não ficar fazendo falsa política social”. Ele destacou ainda a necessidade do combate às facções criminosas que dominam diversos pontos, nas grandes metrópoles. “Ter territórios onde não se pode entrar significa que não temos um estado democrático de direito”, afirmou.

Como resultado das ações do Governo de Goiás, ele citou que o estado hoje não tem nenhum território dominado por facções e é exemplo nacional em segurança pública.

Seminário
Também integraram a programação do seminário o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, além de outras autoridades. Nos demais painéis, foram abordados temas como as perspectivas para as eleições municipais, comunicação, meio ambiente e integração e inovação de cadeias produtivas.

Fotos:_Julia Fagundes Esfera / Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

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