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IBGE lança atlas que retrata a costa brasileira pela literatura

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Como a arte e a geografia se unem para expressar a realidade e recontar a história do país? A partir dessa pergunta, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou hoje (25) mais um volume da coleção Atlas das Representações Literárias de Regiões Brasileiras. Desta vez, a parte retratada é a Costa Brasileira, a maior extensão territorial até o momento, abrangendo do Rio Grande à foz do Rio Amazonas. Nos volumes anteriores, o atlas retratou, pelas lentes literárias, o Brasil Meridional (2006) e os Sertões Brasileiros I e II (2009 e 2016).

A publicação reúne trechos e análises de romances selecionados, fotos, pinturas, imagens de satélite e mapas, para compor os cenários de regiões brasileiras que marcaram a trama de grandes obras da literatura nacional, bem como contar a história da tomada do território que hoje conhecemos como Brasil.

De acordo com a geógrafa que coordena o projeto, Maria Lúcia Vilarinho, o levantamento mapeia as regiões que se formaram no processo de ocupação europeia do território nacional, com o objetivo de estimular o uso do discurso ficcional na compreensão e representação dos fenômenos socioespaciais, em especial, nos processos de ensino e aprendizagem.

“A arte é uma forma de conhecer o mundo e se conhecer no mundo. No caso do Atlas, a gente lança mão do romance como forma de apreender a realidade”, diz a geógrafa, destacando a importância da costa na formação do Brasil e início da ocupação do território, bem como local que concentra até hoje importantes metrópoles. “O oceano é o contato entre o novo e o velho mundo. Esta é uma outra forma de o IBGE cumprir a sua função de representar o território, lançando mão de sua literatura”.

Vilarinho lembra do impacto que o sequestro das populações africanas teve para a formação do Brasil, desembarcadas na costa do país, com relatos presentes em diversos romances, bem como a participação dos povos originários da terra.

“É importante dizer que o livro não é exaustivo no sentido de abordar toda a extensão da Costa brasileira, porque é impossível. E não é exaustivo em relação aos romances, porque é impossível citar toda a produção literária sobre determinadas regiões”, afirma. “Temos um volume bem diversificado, com escritores e obras nacionais muito importantes para se entender o processo de ocupação do território.”

Os pontos retratados foram selecionados de acordo com o interesse estratégico da coroa portuguesa, pontos de interiorização e busca por riquezas e articulação de rotas de navegação no Atlântico Sul. Já as obras literárias, a maioria representa o tempo vivido pelo autor, não trazendo obrigatoriamente uma descrição física das localidades. “Não se trata de uma descrição física da cidade, não é essa a proposta editorial do Atlas. É a visibilidade do processo de ocupação das regiões”, afirma a geógrafa.

Literatura

O volume Costa Brasileira destaca as paisagens que vão do Rio Grande do Sul até Belém, passando por Santos, Rio de Janeiro, Salvador, Olinda e Recife e a Costa dos engenhos. Os passeios são conduzidos por grandes autores de ontem e de hoje, como Eliana Alves Cruz, Jorge Amado, João Ubaldo Ribeiro, Dalcídio Jurandir, Ana Miranda, José Lins do Rego, José Cândido de Carvalho, Assis Brasil, Maria Firmina e Lima Barreto.

Primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, Machado de Assis não poderia ficar de fora e teve o lançamento da obra coincidindo com o mês de seu 182º aniversário. A coordenadora do projeto destaca que os romances do escritor realista retratam a sociedade brasileira a partir do centro político do país na virada do século 19 para o 20.

“No caso do Machado, ele tem uma sequência humana com o Brás Cubas, Quincas Borba, são romances que permitem a gente ter essa visão da capital do império e depois da república, primeiro como escravocrata e depois como abolicionista, no centro político do país. É uma obra que permite entender o Brasil, não só o Rio de Janeiro. Machado discute de fato o que é a sociedade brasileira, não de uma forma aberta e direta. Ele é irônico, usa metáforas o tempo todo.”

Os quatro volumes da coleção Atlas das Representações Literárias de Regiões Brasileiras estão disponíveis para download na biblioteca do IBGE. O instituto pretende lançar um quinto volume da coleção, sobre a Amazônia, ainda sem data prevista.

Edição: Lílian Beraldo

Fonte: EBC Geral

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Ação Social

Governo Federal inaugura Casa da Mulher Brasileira de Teresina

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Investimento para a construção da unidade na capital do Piauí foi de R$ 5,5 milhões. Casa é a nona a funcionar em todo o país

O Governo Federal, por meio do Ministério das Mulheres, inaugurou nesta sexta-feira, 8 de março, a Casa da Mulher Brasileira de Teresina (PI). A primeira-dama da República, Janja Lula da Silva, e a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, acompanharam online a cerimônia de entrega da Casa.

O investimento do Governo Federal para a construção da unidade foi de R$ 5,5 milhões. A Casa da Mulher Brasileira de Teresina ocupa 3,6 mil metros quadrados na Rua Dezenove de Novembro, 3102, Bairro Primavera, zona norte da capital, e oferecerá assistência a mulheres vítimas de violência em uma estrutura que contempla serviços de triagem, acolhimento, alojamento, apoio psicossocial e jurídico e promoção de autonomia econômica, além de brinquedoteca para as crianças.

Segundo o Governo do Piauí, de janeiro a dezembro de 2023, o Centro de Operações Policiais Militares (Copom), por meio do 190, registrou em todo o estado 3.361 chamadas relacionadas a casos de violência doméstica. Em 2022, foram 2.540 casos, totalizando um aumento do número de chamadas de 32,32%. As chamadas de emergência em Teresina tiveram um aumento de 20,87%, em 2023. Foram registradas 1.361 chamadas e 1.126 casos em 2022.

A Casa da Mulher Brasileira de Teresina é a nona unidade a funcionar em todo o país. Em dezembro, foi inaugurada a casa de Salvador (BA), onde foram investidos R$ 10 milhões. Ela completou seu primeiro mês com 400 atendimentos realizados. As demais casas estão localizadas em São Paulo (SP), Campo Grande (MS), Fortaleza (CE), São Luís (MA), Curitiba (PR), Boa Vista (RR) e Ceilândia (DF). Entre janeiro e dezembro de 2023, essas unidades atingiram a marca de 197.154 mulheres atendidas.

CENTRO DE REFERÊNCIA – Ainda nesta sexta (8), o Ministério das Mulheres inaugurou o Centro de Referência da Mulher Brasileira (CRMB) no município de Jataí (GO). A unidade, localizada na Avenida Portal do Sol, número 30, Jardim Paraiso, tem 1.430,00 m² de área​ construída e vai prestar atendimento psicossocial e orientação jurídica para as mulheres. O Governo Federal investiu R$ 830 mil na construção e equipagem do CRMB.

A Casa da Mulher Brasileira de Teresina ocupa 3,6 mil metros e oferecerá assistência a mulheres vítimas de violência em uma estrutura que contempla serviços de triagem, acolhimento, alojamento, apoio psicossocial e jurídico e promoção de autonomia econômica –
Foto: Prefeitura de Teresina
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