Nacional

Homem morre baleado em ação policial na Cracolândia

Publicado

em

Um homem morreu baleado na noite de ontem (13) na Avenida Rio Branco, centro da capital paulista, próximo à Praça Princesa Isabel, onde estava concentrada a Cracolândia. A aglomeração de pessoas em situação de rua e usuárias de drogas foi dispersada em uma operação policial realizada na quarta-feira (11).

Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo (SSP), a morte do homem de 32 anos de idade está sob investigação do 77º Distrito Policial, da Santa Cecília. De acordo com a pasta, estão sendo analisadas imagens do local. Não foram divulgados detalhes da investigação para não atrapalhar a apuração.

Versões

No boletim de ocorrência, policiais militares disseram que foram ao local onde estavam concentradas parte das pessoas que fazem parte da Cracolândia durante uma operação policial. Segundo o relato, houve um tumulto generalizado acompanhado de sons de disparos de armas de fogo. Após a confusão, os policiais disseram ter encontrado o homem caído na rua com um ferimento no tórax. A vítima chegou a ser socorrida, mas, de acordo com o boletim, morreu na Santa Casa de São Paulo.

A advogada Juliana Valente, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo, registrou um outro boletim de ocorrência em que traz o relato de uma testemunha que afirma ter visto policiais militares atirarem contra o homem. De acordo com esse boletim, a testemunha é moradora da região.

Operação policial

Na quarta-feira (11), foi realizada uma grande operação com envolvimento de 500 policiais civis e militares, além de 150 guardas civis metropolitanos. A ação dispersou a Cracolândia, instalada no local desde março, quando a aglomeração de pessoas em situação de rua e usuários de drogas se deslocou da região da Praça Julio Prestes, a cerca de 800 metros, onde estava concentrada nos últimos anos.

Durante a ação, 20 pessoas foram levadas à delegacia, mas apenas cinco foram efetivamente presas acusadas de tráfico de drogas. A Polícia Civil disse ainda ter apreendido maconha, crack e telefones celulares roubados.

Após a operação, as centenas de pessoas que formam a Cracolândia se dispersaram pelas ruas da região central da capital paulista. Policiais e guardas civis metropolitanos acompanham os grupos de pessoas em situação de rua, que são impedidos de sentarem nas calçadas ou permanecerem por muito tempo em um mesmo local, fazendo com que as aglomerações estejam em constante deslocamento pelas ruas do centro.

Repercussão

No dia da operação, o delegado seccional da região central da cidade de São Paulo, Roberto Monteiro, disse que dispersão facilita o trabalho das equipes de saúde e assistência social. “Quando diluímos em pequenos grupos e pequenos núcleos é mais fácil e também mais eficaz a abordagem. Tanto é que tivemos 150% de aumento da abordagem social após a migração de parte do fluxo para a Praça Princesa Isabel”, disse.

A operação, no entanto, foi criticada por especialistas e movimentos sociais que atuam na região. O coletivo A Craco Resiste, que defende os direitos da população em situação de rua, convocou um protesto contra a operação para este domingo (15). Segundo o grupo, a intervenção foi “uma repetição das ações fracassadas que tentaram ao longo dos últimos 30 anos acabar com a Cracolândia”.

O pesquisador do Lab Cidade Aluizio Marino também criticou a ação. “O que eles estão fazendo é piorando o problema porque eles multiplicam o número de mini Cracolândias e de cenas de uso”, ressaltou. Para ele, a operação atende a interesses econômicos. “Esse tipo de repressão está muito vinculado com uma política higienista e de especulação imobiliária. Esse é um território que está em constante disputa”, acrescentou.

Edição: Fernando Fraga

Fonte: EBC Geral

Comentários do Facebook
Continue lendo
Propaganda
Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Ação Social

Governo Federal inaugura Casa da Mulher Brasileira de Teresina

Publicados

em

Investimento para a construção da unidade na capital do Piauí foi de R$ 5,5 milhões. Casa é a nona a funcionar em todo o país

O Governo Federal, por meio do Ministério das Mulheres, inaugurou nesta sexta-feira, 8 de março, a Casa da Mulher Brasileira de Teresina (PI). A primeira-dama da República, Janja Lula da Silva, e a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, acompanharam online a cerimônia de entrega da Casa.

O investimento do Governo Federal para a construção da unidade foi de R$ 5,5 milhões. A Casa da Mulher Brasileira de Teresina ocupa 3,6 mil metros quadrados na Rua Dezenove de Novembro, 3102, Bairro Primavera, zona norte da capital, e oferecerá assistência a mulheres vítimas de violência em uma estrutura que contempla serviços de triagem, acolhimento, alojamento, apoio psicossocial e jurídico e promoção de autonomia econômica, além de brinquedoteca para as crianças.

Segundo o Governo do Piauí, de janeiro a dezembro de 2023, o Centro de Operações Policiais Militares (Copom), por meio do 190, registrou em todo o estado 3.361 chamadas relacionadas a casos de violência doméstica. Em 2022, foram 2.540 casos, totalizando um aumento do número de chamadas de 32,32%. As chamadas de emergência em Teresina tiveram um aumento de 20,87%, em 2023. Foram registradas 1.361 chamadas e 1.126 casos em 2022.

A Casa da Mulher Brasileira de Teresina é a nona unidade a funcionar em todo o país. Em dezembro, foi inaugurada a casa de Salvador (BA), onde foram investidos R$ 10 milhões. Ela completou seu primeiro mês com 400 atendimentos realizados. As demais casas estão localizadas em São Paulo (SP), Campo Grande (MS), Fortaleza (CE), São Luís (MA), Curitiba (PR), Boa Vista (RR) e Ceilândia (DF). Entre janeiro e dezembro de 2023, essas unidades atingiram a marca de 197.154 mulheres atendidas.

CENTRO DE REFERÊNCIA – Ainda nesta sexta (8), o Ministério das Mulheres inaugurou o Centro de Referência da Mulher Brasileira (CRMB) no município de Jataí (GO). A unidade, localizada na Avenida Portal do Sol, número 30, Jardim Paraiso, tem 1.430,00 m² de área​ construída e vai prestar atendimento psicossocial e orientação jurídica para as mulheres. O Governo Federal investiu R$ 830 mil na construção e equipagem do CRMB.

A Casa da Mulher Brasileira de Teresina ocupa 3,6 mil metros e oferecerá assistência a mulheres vítimas de violência em uma estrutura que contempla serviços de triagem, acolhimento, alojamento, apoio psicossocial e jurídico e promoção de autonomia econômica –
Foto: Prefeitura de Teresina
Comentários do Facebook
Continue lendo

MAIS LIDAS DA SEMANA