Economia

Em leilão sem disputa, governo do RS vende estatal de gás

Publicado

em


O controle da Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás) foi privatizado hoje (22) em leilão na B3, bolsa de valores de São Paulo, pelo valor de R$ 927,7 milhões. Não houve concorrência. A oferta vencedora, da empresa Compass Gás e Energia, foi igual ao valor de referência.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, presente na cerimônia, considerou positiva a compra, tendo em vista se tratar de um mercado complexo e recém-transformado com o Marco Regulatório do Gás e ainda com uma empresa que tem um modelo de governança que envolve outros atores, como a Gaspetro.

O diretor de Concessões e Privatização do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fábio Abrahão, lembrou que o último leilão no setor de gás no Brasil ocorreu há cerca de 20 anos e que este é o primeiro fora da Região Sudeste. 

“O que a gente acredita é que em dois, três anos, vai ter a formação de um pipeline muito mais extenso, o que vai facilitar a entrada de outros investidores, inclusive a migração de investidores de outros setores, investidores internacionais e assim por diante”, disse.

O presidente da Sulgás, Carlos Camargo de Colón, manifestou a convicção da importância da privatização como forma de possibilitar ao Estado atuar em áreas essenciais e viabilizar investimentos. “Por que se deve privatizar uma empresa como a Sulgás, produtiva e rentável? Para mim, a resposta é tão óbvia que não titubeei em aceitar esse desafio. Precisamos modernizar a economia e viabilizar maiores investimentos”, disse.

O CEO da Compass Gás e Energia, Nelson Gomes, disse que a companhia avaliará novos ativos que possam vir a ser privatizados no setor. “Nossa estratégia é replicar o modelo de gestão que nós temos com a Comgás, aqui em São Paulo. Agora temos oportunidade de somar os esforços, nossos aqui de Comgás, junto com Sulgás para seguir nessa trajetória”, declarou.

Gaspetro

Em 28 de julho, a Petrobras assinou o contrato para a venda da totalidade de sua participação (51%) na Gaspetro. A compra também foi feita pela Compass. O valor da venda é de R$ 2,03 bilhões. Com isso, viabilizadas as compras, a Compass passa ser acionista majoritária da Sulgás. A Gaspetro tem 49% da companhia gaúcha.

A Compass, que adquiriu a Gaspetro, pertence ao Grupo Cosan, e foi criada em 2020 para atuar no segmento de gás e energia. Atualmente é controladora da Comgás, maior distribuidora de gás do país com mais de 19 mil quilômetros de rede instalada e 2,1 milhões de clientes e com presença em 94 municípios do estado de São Paulo.

Os números da Sulgás apontam uma rede de distribuição de 1.355,1 quilômetros (km), com 42 municípios gaúchos atendidos e 68.116 clientes.

Edição: Fernando Fraga

Comentários do Facebook

Economia

Caiado propõe indexação da dívida dos estados a IPCA mais 1%

Publicados

em

Encontro de governadores e representantes de cincos estados com o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, em Brasília, resulta em acordo para apresentação de proposta de reajuste no IPCA ao Ministério da Fazenda

O governador Ronaldo Caiado apresentou nesta segunda-feira (15/04) propostas para renegociação das dívidas dos estados, com foco na indexação. A reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, em Brasília, contou com a participação de governadores e representantes de outros quatro estados. No encontro ficou acordado que os governadores vão propor ao Ministério da Fazenda a correção das dívidas pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais 1% ao ano.

“O que nós estamos pedindo são indexadores justos e uma renegociação também para que haja flexibilização no teto de investimento e não sejamos engessados, como está hoje a maioria dos estados brasileiros”, pontuou Caiado ao final do encontro.

O indexador da dívida atualmente é o CAM que, somado a mais 4% de juros ao ano, dá a taxa Selic de 11% ao ano. Já a proposta apresentada pelo gestor goiano, em parceria com os governadores Cláudio Castro (RJ), Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema, (MG), além do vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, visa a redução do indexador para IPCA mais 1% ao ano, tornando o índice mais vantajoso para a correção dos valores devidos pelos estados à União, possibilitando o investimento em outras áreas.

Ronaldo Caiado ressaltou que dívidas acrescidas por indexadores extorsivos inviabilizam o investimento nos estados. “O parcelamento da dívida chega a percentuais que impossibilitam investir em infraestrutura. Os entes federativos estão imobilizados devido a essas correções das dívidas que chegam a níveis estratosféricos, não restando nada para que os governos possam atender à necessidade de crescimento”, disse.

Governador Ronaldo Caiado, se reúne com Rodrigo Pacheco, em Brasília, para apresentar proposta de indexação de dívida dos estados

Governador Ronaldo Caiado, se reúne com Rodrigo Pacheco, em Brasília, para apresentar proposta de indexação de dívida dos estados

“Temos que exigir responsabilidade fiscal dos estados, mas também ficar bloqueado com teto de gastos e com esse indexador, com a dívida sendo reajustada nessa proporção, nos inviabiliza de caminhar”, finalizou o governador de Goiás.

A proposta discutida com o presidente do Senado prevê que os estados menos endividados poderão obter acesso a novas operações de crédito. Os que cumprirem todos os compromissos estabelecidos terão reduções de juros permanentes até o prazo final da vigência dos contratos aditivados. Ficam afastados também todos os limites e condições para a realização de operação de crédito ou para a contratação com a União nas celebrações de acordo.

O texto destaca que os estados que apresentarem boa capacidade de pagamento terão tratamento prioritário e célere quanto às análises e avaliações dos pleitos de operação de crédito. Outro item acrescenta pelo menos 50% do PIB ao teto, e exclui as despesas de saúde e educação da limitação de crescimento prevista em Regimes de Recuperação ou de Reequilíbrio Fiscal dos Estados e do Distrito Federal.

O Ministério da Fazenda deve apresentar um projeto até a próxima semana. Entretanto, o presidente do Senado convocou os governadores para ouvir suas sugestões e apresentar seus pontos de vista. Caiado ressaltou que Pacheco deve encaminhar uma proposta que seja compatível com o crescimento dos estados em breve.

Segurança
Durante o almoço, o Chefe do Executivo goiano discutiu também a possibilidade de uma contrapartida financeira às UFs por ações de segurança pública. “Estamos diante de uma luta contra a criminalidade em que assumimos o trabalho sozinhos”, argumentou Caiado, ao lembrar que os estados combatem diretamente crimes federais e não recebem compensação pela atuação das forças policiais. Além disso, os governadores colocaram em pauta a possibilidade de federalização de ativos dos estados.

Fotos: Cristiano Borges / Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

Comentários do Facebook
Continue lendo

MAIS LIDAS DA SEMANA