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Advogados e organizações sociais pedem revogação de lei de segurança

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Advogados e representantes de organizações sociais convidados pelo Senado a participar de um debate sobre o projeto de lei que visa a substituir a Lei de Segurança Nacional (LSN) destacaram que o Congresso Nacional deve aprovar um texto que impeça o que classificaram como uma escalada do “mau uso” da legislação contra manifestações políticas e sociais.

Ao longo de duas horas, vários dos nove debatedores convidados mencionaram que o número de inquéritos policiais instaurados com base na Lei de Segurança Nacional vem aumentando em todo o país. Fato que, para o Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo (Laut), evidencia que a LSN está sendo utilizada “com propósito intimidatório”.

“A explosão do número de inquéritos policiais [abertos] com base na Lei de Segurança Nacional aponta que ela se insere em uma estratégia de intimidação”, declarou a coordenadora jurídica da organização não governamental (ong) Conectas Direitos Humanos, Camila Asano.  “A revogação da LSN é necessária e tardia e precisa ser acompanhada pela sociedade civil”, diz.

Os debatedores destacam a importância do Senado aprofundar a discussão sobre o teor do Projeto de Lei nº 2.108, já aprovado na Câmara dos Deputados (onde tramitou como o PL nº 2.462/91). De acordo com os advogados e representantes de organizações sociais, o que se almeja é uma mudança de paradigma, que busque proteger as instituições e a democracia.

“Desde a Constituição, viemos criminalizando uma série de condutas, muitas vezes desnecessariamente, mas não criminalizamos aquilo que há de mais importante para o Estado democrático de direito, que são justamente as violações de Estado, aquelas praticadas contra os Poderes Públicos e as instituições democráticas”, declarou o advogado e professor de Direito Penal, Alexandre Wunderlich.

O professor de Direito Constitucional, Pedro Estevam Serrano, também falou na necessidade de uma mudança de paradigma, que proteja as instituições. Para ele, o texto que a Câmara dos Deputados aprovou no início de maio (o mesmo que agora está sendo analisado pelos senadores), revogando a LSN e acrescentando ao Código Penal uma nova seção que tipifica dez crimes contra a democracia (entre eles, a proibição, com violência ou ameaça grave, ao exercício pacífico e livre de manifestação política; a interrupção de processo eleitoral, a disseminação de fake news nas eleições e o atentado ao direito de manifestação) é um “bom projeto”.

“O projeto aprovado pela Câmara é bom. Atende a certas a demandas, melhora muito a legislação vigente, retira ela do âmbito do autoritarismo e estabelece um novo paradigma de condutas que devem ser sancionadas”, disse Serrano.

Integrante do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) e representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Virgínia Dirami Berriel, lembrou que o conselho nacional já se manifestou publicamente a favor da revogação da LSN. “Evidentemente, também precisamos de muita cautela. De muito debate. E não de substituí-la [a LSN] de forma açodada por outra lei que possa vir a apresentar qualquer forma de inibição, perseguição, censura ou ataque a movimentos sociais. Que possa interferir nas nossas liberdades e servir à perseguição”, comentou Virgínia.

Já o professor-assistente da universidade alemã Humboldt, Alaor Leite, a LSN necessita ser revogada, dando vez a uma lei que proteja e circunscreva o Estado de direito. “Quero crer que reinam dois consensos: a necessária revogação da Lei de Segurança Nacional e a necessária substituição desta por algo melhor, já que não pode haver vácuo neste setor”, comentou o especialista, manifestando a importância de que o texto seja claro, de fácil interpretação pelos operadores do Direito, sobretudo em relação a temas que são novos, como a desinformação deliberada.

Edição: Bruna Saniele

Fonte: EBC Geral

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Secom anuncia empresas vencedoras da licitação de comunicação digital do Governo

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Objetivo da contratação é atender ao princípio da publicidade e ao direito à informação, por meio de ações de comunicação digital que visam difundir ideias e orientar o público

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR) anunciou, nesta quarta-feira, 24 de abril, as quatro agências de publicidade vencedoras da licitação de R$ 197,7 milhões para atender ao Sistema de Comunicação de Governo do Poder Executivo Federal.

Na sessão pública desta quarta, foi realizado o cotejo das notas atribuídas pela subcomissão técnica sorteada em março deste ano. A análise dos documentos de habilitação pela comissão declarou que as vencedoras da concorrência foram as empresas BR + Comunicação (consórcio BR&TAL), Usina Digital, ⁠IComunicação Integrada e ⁠Clara Serviços. Participaram da disputa 24 empresas.

Os contratos terão duração de um ano e podem ser prorrogados. O valor da licitação é global para as quatro empresas e será distribuído sob demanda, sendo realizada uma seleção interna para prestação dos serviços. A metodologia utilizada será disposta por meio do Manual de Procedimentos de Comunicação Digital.

As empresas selecionadas vão planejar, desenvolver e implementar soluções de comunicação digital, bem como realizar moderação de conteúdo e de perfis em redes sociais, criação e execução técnica de projetos, ações ou produtos e a implementação de formas inovadoras de comunicação.

O edital revela ainda que a contratação “tem como objetivo o atendimento ao princípio da publicidade e ao direito à informação, por meio de ações de comunicação digital que visam difundir ideias e princípios, posicionar instituições e programas, disseminar iniciativas e políticas públicas, informar e orientar o público em geral”.

Trata-se do primeiro processo de licitação de comunicação no modo de disputa da melhor técnica na nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos, a Lei nº 14.133. É a primeira vez que a Secom promove uma concorrência desse tipo voltada à Comunicação Digital.

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